quarta-feira, 7 de abril de 2021

Aprender para quê?

Comecei a rascunhar este texto em 2011. Muito mudou, meus filhos já mudaram de escola, eu parei de escrever aqui... Mas resolvi dar uma olhada aqui no quintal e decidi terminar isso aqui:

"As aulas recomeçaram hoje para vários colégios e com elas as famosas reuniões de pais. Lembrei hoje, no caminho para o trabalho da última que participei. Um dos pais reclamava da carga horária e do "excesso" de disciplinas. A primeira pergunta foi: "Para que estudar robótica?"
Bom... muitos não sabem, mas os colégios mais top de linha estão adotando o ensino de robótica como uma das cadeiras complementares. Parece estranho que crianças se dediquem a esta atividade, mas com um pouco de raciocínio (o que o amigo acima citado não quis exercitar) é fácil compreender.
Hoje, os países desenvolvidos e em especial os USA estão enfrentando uma crise de mão de obra. Nos USA, um médico e um advogado ganham infinitamente mais que um engenheiro ou um analista de sistemas (apesar de esta ter sido apontada como a carreira mais promissora este ano). O médico tem que cobrir as despesas de seguros por erros e etc. e o advogado ganha percentagens em ações milionárias.
Mas tem algo pior. As ciências chamadas exatas não atraem os jovens. São consideradas difíceis demais e quem se destaca nelas é automaticamente taxado de nerd. O que faz com que seja desse jeito? Fácil: aplicabilidade. Aposto que muitos de vocês se pegaram nos tempos de aluno se perguntando: por que eu quero saber de equações, logarítimos e congêneres? Geometria, pra quê? Isso sem falar na famosa música do Legião Urbana "Odeio Química".
Passam os anos e as pessoas acabam comprando uma casa. Às vezes acontece. Chega na loja e vai escolher a tinta... pensa na cor e decide comprar... mas quanto? Na lata vem o rendimento anunciado em galões por metro quadrado ou unidade similar. Primeira necessidade... calcular a área de um cômodo (geometria) e a partir daí determinar a quantidade de baldes a serem comprados (equações do primeiro grau). Serve também para azulejos, pisos e etc. Mas até precisar, ninguém se toca... Muitos ainda gastam mais dinheiro comprando mais tinta que precisa ou ficam com as paredes com cores diferentes por comprar menos tinta que o necessário. Peraí!!!! Cor diferente? Olha a química aí... a tinta depende da partida da base e dos pigmentos... se não fizer tudo junto fica diferente mesmo."

Foi o que eu escrevi na época. Mas era tanta coisa que a ciência podia ajudar no dia-a-dia que acabei deixando pra lá. Assim como a escola em questão deixou para trás ensino de robótica e feiras de ciências. As feiras ganharam cunho social e político, a robótica foi substituída pela ação social. Não me entendam mal. Acho importante esses pontos também, eles nos ajudam a enxergar os problemas principais. Mas ciência traz raciocínio lógico e tecnologias para atacar os problemas.  

Temos que fazer a criançada entender que ciências e matemática não são coisas difíceis e que não precisam ser chatas. Canais como o Manual do Mundo e o Brincando com  Ideias ajudam muito. Mas ainda é pouco. Não tenho tantas esperanças, mas gostaria que mais pais enxergassem isso e ajudassem a difundir a importância do raciocínio científico desde cedo. Mas ciência sem dogma. Sem verdades absolutas. Podendo mexer nos vespeiros e experimentar com erros e acertos. 

Um dia a gente chega lá. 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

É primavera de novo!

Mais um ano se passou... a primavera chegou e está quase indo embora.
Como não podia ser diferente, os meus bichinhos voltaram a minha janela no trabalho. Chegaram se aninhando trocando carinho com os bicos, catando as penas.
Percebi que eles haviam voltado pelo doce barulho das garras no passadiço dos tubos. Levantei-me e vi a mesma cena inspiradora de dois anos atrás, a primeira vez que os vi namorando.
Compartilho abaixo a foto de dois anos atrás, pois desta vez não estava com a câmera para registrar. Percebam como é romântico trabalhar aqui.

Garanto que é melhor pensar assim.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Plataforma de microcontrolador

Antes da febre do Arduino, houve a febre do PIC.
O primeiro microcontrolador RISC, de baixo custo (baixo mesmo!) com periféricos integrados, sem necessidade de programador de EPROM (na verdade, os primeiros precisavam do apagador de EPROM, mas programar já era mais fácil). A arquitetura do programador era aberta, assim como as ferramentas de assembly.
Apesar da febre, como era apenas o CI, a aplicação ficou voltada para os hobbystas hardcore e usuários profissionais.
A Atmel, seguindo a febre lançou primeiro a linha de processadores compatíveis com o 8031, mas com memória Flash. Simplificou mas nem tanto. Em seguida, veio a série AVR. Sem muitos periféricos, mas com uma arquitetura RISC interessante também. Mais uma vez, só os usuários mais pesados utilizaram.
Aí veio a praga! o Arduíno. Um cara criou um hardware padrão, um bootloader, uma linguagem simples, baseada em Java e com isso criou a plataforma de desenvolvimento que dominou o mundo. Esta plataforma padronizada de SW e HW e seus acessórios (Shields) suplantaram rapidamente a falta de periféricos internos ao AVR e a necessidade de programação em assembly. Hobbystas de outras áreas (aeromodelismo, robótica, som, corte e costura, etc) acharam no Arduino a solução de desenvolvimento. Tudo de um timer a um pisca-pisca a um robô animatrônico... tudo com Arduino. Apesar de não ter sido o primeiro desenvolvimento do tipo (existiam os Basic Stamps e o PICAXE), por ter uma arquitetura aberta de hardware e software, ele vingou com muito mais força.
Longe de mim questionar a utilidade ou usabilidade do Arduino. Isso eu vou deixar pro meu irmão falar (ver: Yo no lo conozco, señor!!). A questão é: a plataforma do Arduino está limitada pelo processador. Ou ele vai poder fazer (e acredite, é coisa pra caramba) ou não. No segundo caso, não há opção.
A Microchip no meio tempo, lançou uma nova familia de 8 bits, a PIC18. Excelente, com um pouco mais de recursos que a série PIC16, incluindo mais memória e periféricos melhores. Ela também resolveu investir em controladores de 16 e 32 bits, para poder entrar também no mercado das grandes. Junto com os de 16 bits, ela achou um nicho que estava descoberto: DSPs de baixo custo e pinagem pequena. Vieram os dsPIC30 e 33. Com maior velocidade, AD de precisão, rotinas de multiplicação e acumulação em ponto flutuante, eles vem se mostrando eficientes e aparecendo em diversos artigos técnicos (figurinhas fáceis no IEEE Transactions on Instrumentation and Measurement).
Foi aí que eu e meu irmão pensamos em juntar duas idéias vitoriosas: criar uma plataforma de Hardware padronizada para o dsPIC30. Uma segunda, para o dsPIC33 será feita em seguida. Para o Software, a Microchip fornece compiladores C gratuitamente. Para DSP, não pode ser melhor, já que existem diversos livros de implementação em C dos algoritimos tradicionais.
Conforme for se desenvolvendo, eu vou postar os conceitos e os desenhos por aqui. Por enquanto, fica a propaganda mesmo... Vai ser mais rápido que parece, acreditem!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Fim do mundo como conhecemos...

Vou aproveitar o pique e postar mais uma hoje.
Outro dia ouvi ou li em algum lugar que alguém falou (preciso, não?) que as redes sociais poderiam ser o fim da internet. Soluções fechadas como o Facebook e o Orkut isolariam o público da internet, acabando com o seu caráter livre. Achei uma tremenda bobagem. O próprio elemento citava o falecido AOL como exemplo de rede fechada... Pensei com os meus botões: O Facebook e demais vão morrer do mesmo jeito.
Hoje estava assistindo televisão e passou um anúncio do novo Fiesta. Um Zé qualquer falou algo da profissão, relacionou com cinema (?!) e ganhou um passeio de Fiesta pra algum lugar... "Para saber o final, acesse o site"... E um link para o desgramado do Facebook. Caramba! Não sabia que a Ford tinha perdido o site dela e ficado só com uma conta em uma rede privada... Eu não quero ser chato, mas eu não vou ficar sabendo desse final! Não me interessa saber, se para isso tiver que criar uma conta a mais em uma rede social.
Me associei ao Orkut há uns anos atrás. Encontrei alguns amigos, segui 3 comunidades por uns 10 dias. Não gostei. É chato pra cacete... Amarra o tema a comunidade, é pentelho. Depois veio o tal do linkedin. Outra malice. Um orkut para falar sobre trabalho, como se eu nao passasse mais de 9 horas por dia falando disso... A exceção para mim é o Tweeter. Até porque é blog. Você segue o blog que quiser e fala o que quiser para quem quiser escutar... Só que as entradas são mais curtas.
Sinceramente, estou com medo do fulaninho estar certo... é anúncio só pra Facebook, jogo só pra Facebook, bonequinhos, fazendinhas,etc... Como se não tivesse isso tudo na internet convencional... Tudo isso pode estar fora, mas está sendo cercado como condominios fechados ou torcidas organizadas... Ao invés de integrar, separa, segrega... Sei lá.

BTW, a Ford não podia estar mais mal assessorada. A última estatística indica que o Orkut é a rede mais utilizada no Brasil... Ou isso ou levam grana do Facebook...

Novo Blog

Galera, vou tentar novamente... talvez se eu tiver uma ferramenta para o iPad para editar fique mais fácil.
Muita gente não entende o sentido de ter um blog. Mas a idéia é essa mesmo! Não fazer sentido! Pretendo jogar idéias aqui sobre tudo, e se Deus quiser alguém vai ler... ou não...

Espero sinceramente conseguir relatar alguma coisa inútil para a vida de todos... Agora vou me pirulitar que parece que o mundo vai acabar em chuva! Fui, que eu esqueci minha lancha!!!!