quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Plataforma de microcontrolador

Antes da febre do Arduino, houve a febre do PIC.
O primeiro microcontrolador RISC, de baixo custo (baixo mesmo!) com periféricos integrados, sem necessidade de programador de EPROM (na verdade, os primeiros precisavam do apagador de EPROM, mas programar já era mais fácil). A arquitetura do programador era aberta, assim como as ferramentas de assembly.
Apesar da febre, como era apenas o CI, a aplicação ficou voltada para os hobbystas hardcore e usuários profissionais.
A Atmel, seguindo a febre lançou primeiro a linha de processadores compatíveis com o 8031, mas com memória Flash. Simplificou mas nem tanto. Em seguida, veio a série AVR. Sem muitos periféricos, mas com uma arquitetura RISC interessante também. Mais uma vez, só os usuários mais pesados utilizaram.
Aí veio a praga! o Arduíno. Um cara criou um hardware padrão, um bootloader, uma linguagem simples, baseada em Java e com isso criou a plataforma de desenvolvimento que dominou o mundo. Esta plataforma padronizada de SW e HW e seus acessórios (Shields) suplantaram rapidamente a falta de periféricos internos ao AVR e a necessidade de programação em assembly. Hobbystas de outras áreas (aeromodelismo, robótica, som, corte e costura, etc) acharam no Arduino a solução de desenvolvimento. Tudo de um timer a um pisca-pisca a um robô animatrônico... tudo com Arduino. Apesar de não ter sido o primeiro desenvolvimento do tipo (existiam os Basic Stamps e o PICAXE), por ter uma arquitetura aberta de hardware e software, ele vingou com muito mais força.
Longe de mim questionar a utilidade ou usabilidade do Arduino. Isso eu vou deixar pro meu irmão falar (ver: Yo no lo conozco, señor!!). A questão é: a plataforma do Arduino está limitada pelo processador. Ou ele vai poder fazer (e acredite, é coisa pra caramba) ou não. No segundo caso, não há opção.
A Microchip no meio tempo, lançou uma nova familia de 8 bits, a PIC18. Excelente, com um pouco mais de recursos que a série PIC16, incluindo mais memória e periféricos melhores. Ela também resolveu investir em controladores de 16 e 32 bits, para poder entrar também no mercado das grandes. Junto com os de 16 bits, ela achou um nicho que estava descoberto: DSPs de baixo custo e pinagem pequena. Vieram os dsPIC30 e 33. Com maior velocidade, AD de precisão, rotinas de multiplicação e acumulação em ponto flutuante, eles vem se mostrando eficientes e aparecendo em diversos artigos técnicos (figurinhas fáceis no IEEE Transactions on Instrumentation and Measurement).
Foi aí que eu e meu irmão pensamos em juntar duas idéias vitoriosas: criar uma plataforma de Hardware padronizada para o dsPIC30. Uma segunda, para o dsPIC33 será feita em seguida. Para o Software, a Microchip fornece compiladores C gratuitamente. Para DSP, não pode ser melhor, já que existem diversos livros de implementação em C dos algoritimos tradicionais.
Conforme for se desenvolvendo, eu vou postar os conceitos e os desenhos por aqui. Por enquanto, fica a propaganda mesmo... Vai ser mais rápido que parece, acreditem!

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